Em muitas escolas, atividades extracurriculares, como esporte e aulas de arte, fazem parte da jornada diária dos alunos. Apesar de estarem associadas a algumas habilidades importantes ― como concentração, liderança, responsabilidade, capacidade de trabalhar em grupo e autoconfiança ―, há poucos trabalhos sobre a influência dessas atividades no desempenho escolar. Na literatura, encontramos evidências sobre o impacto de um único tipo de atividade extracurricular, a esportiva.

IMPACTO

Estudos demonstram que a participação em atividades esportivas extracurriculares aumenta a proficiência dos alunos. No entanto, são levadas em conta apenas experiências em que o esporte ocorre em jornadas ampliadas e, portanto, não reduz o mínimo de horas que devem ser dedicadas aos estudos. Além disso, esses trabalhos comparam o desempenho dos alunos que participam de atividades esportivas com o desempenho dos demais alunos ― que podem ou não participar de outras atividades extracurriculares.

Os resultados devem ser interpretados com cautela, porque é possível que os melhores alunos das escolas sejam os mesmos que são bons em esportes e que participam intensamente dessas atividades. Com isso, corremos o risco de superestimar o efeito das atividades esportivas no desempenho dos alunos.

POSSIBILIDADES DE AÇÃO

Muitos estudos apontam que as atividades extracurriculares podem gerar benefícios indiretos para a formação dos alunos, como maior participação dos pais na vida escolar de seus filhos.

Como essa participação tem efeitos positivos sobre o desenvolvimento da criança, as escolas devem convidar e os pais devem participar das atividades extracurriculares de seus filhos e, com isso, aproveitar para interagir mais com os professores.

Até agora, o único tipo de atividade extracurricular sobre a qual há evidências de impacto na aprendizagem dos alunos é a esportiva. Os resultados, como vimos, levam em consideração apenas experiências em que sua prática ocorre em jornadas ampliadas.

Qual é o impacto de atividades como aulas de arte e de música, no contraturno, sobre o desempenho do aluno? A resposta a essa questão ainda precisa ser investigada pelas pesquisas, para que as Secretarias de Educação possam direcionar suas políticas para práticas que de fato possam trazer ganhos ao aprendizado. 

Texto elaborado com base em estudo de Cristine Campos de Xavier Pinto